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Friday, March 30, 2007

Ultramaratona Dos Bufalos - Antelope Island, Utah

(Foto: Que manhã linda para correr 50 milhas (80km) na ilha de Antelope no meio do Grande Lago Salgado)

Ultramaratona Dos Bufalos - Antelope Island - 50 Milhas (80km) de trilha... (Sabado, Dia 24 de Março)
(desculpa qualquer erros com o Português, tá)

Foi uma longa noite de preparações. Eu tive que pensar na minha cabeça todas as possibilidades e fazer certeza que não ia me esqueçer de nada importante. Farol, garrafas de água, um par de ténis extra, protetor solar, bonê, capsulas de sódio, e a lista não para. Fui dormir o mais cedo possível, só que, quando meu despertador tocou às 3:15 da madrugada parecia que nem tinha dormido por 5 minutinhos. Eu não tinha mais tempo a perder. Eu tinha que dirigir por uma hora e meia ainda pra chegar no evento.

O plano foi pegar minhas coisas e meu número da corrida às 5:00 da manhã. Um amigo meu, Marc Sanderson, acabou de perder o pessoal pra pegar o número dele na noite anterior na entrada do Parque Estadual da ilha. Ele dormiu no carro dele na ilha e ligou pra mim pedindo pra eu pegar as coisas dele junto com as minhas. Assim ele não teria que acordar tão cedo e dirigir até a entrada do Parque. Às 5:00 horas da manhã eu já estava lá e me entregaram as coisas e nossos números. Até 5:15 eu estava acordando o Marc e a sua esposa.

(Foto: Mapa da Ilha de Antelope e das provas em vermelho)

Estava ventando um pouco mas não muito frio. Só frio suficiente para te dar arripios de nervos antes de uma prova dessa. Eu deixei minha bolsa de equipamentos na área marcada para ser levada a parada chamado de Ranch Aid Station. Lá eu ia poder pegar coisas da minha bolsa duas vezes na prova, mais ou meno no quilômetro 24 e de novo no quilômetro 60. Ás 5:45, Jim Skaggs, o diretor da prova juntou todos os atletas (65 em total) pra falar algumas coisas. Ele explicou uma mudança de ultima hora no trajeto que ia medir exatamente os 80km de começa ao fim. Finalmente chegou a hora da largada. Eu fiquei do lado da fogueira me esquentando um pouquinho, ao invez de ir até a linha de largada. Pois realmente não é preciso se preocupar tanto com a largada numa prova que eventualmente vai demorar o dia todo, não é.

Estava muito escuro, não tinha lua, mas milhões de estrelas brilhantes. Logo logo eu estava correndo no meio de muita gente numa rua de chão fazendo nuvens de poeira. Depois de apenas 2 quilômetros nós ouvimos um barulho muito estranho de um animal selvagem, que parecia ser um tipo de lobo (Coyote) tentando assustar a gente (e assustou mesmo...rsrs). Não tenho certeza do que era e eu falei bem claro pro cara do meu lado que eu nem queria saber. Depois de uma pequena subida saimos da rua de chao e entramos na trilha e todo mundo ficou mais em forma de fila. Seguimos a trilha do lado da praia da ilha por muitos quilômetros. Foi muito interessante, depois de um ponto de virada na direção contraria, ver as pessoas diretamente atrás de você. Nesse ponto de virada so tinha uma marca laranja no chão.

Eu me lembro de ter contado 17 pessoas a minha frente (isso foi apenas depois de 5km dos 80). A pessoa imediatamente a minha frente foi a Birgitta Johnson, uma mulher de 30 anos que corre muito bem. Eu fiquei com ela por vários quilômetros. O dia estava amanhecendo finalmente e nós pudiamos ver o reflexo das Montanhas Rochosas no lago. Era um dia lindo. Logo chegamos num campo mais largo e aberto que tinha espaço para poder ultrapassar mais corredores. A Birgitta encontrou com um amigo no caminha e ficou conversando com ele um pouco então eu fui a frente tentando alcançar o grupo de líderes que estava uns 3 ou 4 minutos a minha frente.

(Foto: Um dos muitos Bufalos que tem na ilha)

Pelos próximos 10km, mais ou menos, eu me senti muito bem e até vi 50 bufalos no campo mais perto da montanha. Na primeira parada já tinhamos corrido aproximadamente 13km e o grupo de corredores que estava liderando finalmente ficaram separados um do outro. Eu não precisei de muita coisa na primeira parada, só bebi água e catei umas bolachas pra levar comigo no caminho. Nem parecia mais 10km, mas eu já cheguei na segunda parada antes que percebi e agora eu pudia pegar minha bolsa. Eu peguei minha garrafa, água e um punhado de batata cozida que eu tinha fervida em agua com sal no dia anterior. Alguns dos outros atletas demoraram mais tempo e até um deles já tinha que trocar ténis na parada. A minha sorte foi que meus pés ainda estavam muito bem depois de mais de duas horas de corrida.

Ao voltar à trilha novamente eu notei que a Birgitta tinha saida da parada a minha frente. Eu também percebi que eu estava cada vez mais proximo de um cara com uma camiseta laranjada quem tinha corrido no grupo que liderou ate agora, mas estava sózinho agora. Quilômetro 25 começou a subida na trilha que se chama Sentry Trail. Essa subida soube quase 350 metros em 3km de distançia. A Birgitta foi com pressa e logo desapareceu. Não demprou que eu alcançei o homem de camiseta laranja e vi que era o meu amigo, Davy Crockett, quem eu pensei que tinha visto atrás de mim ainda quando o dia estava comecando no escuro.

(Foto: Aqui está o homem com a camiseta laranja...meu amigo, Davy Crockett, ele tem 48 anos, mas está correndo que nem um rapaz de 20 anos)

(Esse é o mesmo com quem eu corri as 100 milhas (160km) na Trilha da Pony Express só tres semanas atrás). Ele é uma ultramaratonista muito forte e não me surprendeu que estava tão longe a frente dos outros 50 a 60 atletas. Ele tinha feito exatamente o que sempre faz, começar rápido com os líderes da prova e com tempo afastar-se um pouco até entrar no rítimo estratégico e consistente dele, e sempre bem planejado. Mais tarde, depois da prova, ele me mostrou os tempos planejados dele pra cada sessão da prova e me disse que tava geralmente 15 minutos mais rápido do que tinha planejado e que terminou a prova 6 minutos melhor do que esperava.


(Foto: Perfíl de Elevação da prova)

Nós conversamos um pouco na próxima parada, que situava-se em cima da montanha. Dava pra ver tudo em toda direção. Parecia que estavamos mais de 2.600 metros em cima do nível do mar, mas na realidade essa prova sómente nos levou até 1.750m e depois desceu até 1.400m. Tinha uma volta em cima da montanha pra correr que era só 1 quilômetro e meio de distançia e ai a gente estava de volta na mesma trilha mas descendo ao invéz de subindo. Dava pra ver as pessoas atrás subindo pra dar a mesma volta.
Eu estava correndo muito rápido na descida, pensando que eu ia alcançar a Birgitta novamente. Mas após cada virada eu não a via. Eu começei a ficar preocupado achando que talvéz ela se perdeu e errou a trilha pra descer. Finalmente na última parte da descida eu a vi mais ou menos meio quilômetro a minha frente. Eu fiquei admirado que ela desceu aquela montanha tão rápida quanto eu, porque eu, na verdade, fui descendo até perigosamente rápido....hehe

(Foto: Essa é a Birgitta Johnson, vencedora das mulheres e sexto lugar na colocação geral)

Pelos próximos 10km, mais ou menos, eu ia ficar muito sózinho, só com meu MP3 tocando músicas de tudo como Metalica e Tool, e até outras como Sérgio Mendez e muitas músicas brasileiras que eu amo. Tinha uma parada isolada que só tinha água pra pegar sem a ajuda de ninguém no meio do nada, mas ia me servir bem duas vezes pois na volta eu precisei encher minha garrafa de novo.

(Foto: Meu amigo, Marc Sanderson, e a sua esposa que correu os últimos 21km da prova como pacer dele)

Eu me lembro de ter visto meu amigo Marc na volta dele depois de ter passado metade da prova e ele estava no quarto ou quinto lugar. Mais uma vez eu contei o número de pessoas a minha frente que estavam na volta e eu estava no decimo lugar ao chegar na próxima parada no final da ilha. Não houve muita mudança de posição pelo resto da prova. Eu passei e fui passado algumas vezes. É muito doido como uma hora você se sente tão bem e acaba ultrapassando as pessoas e outra hora você se sente tão horrível que parece que não tem nem como completar a prova e as pessoas alcançam você. Ao chegar na parada no final da ilha, antes de começar a volta a esposa do Marc estava lá e me reconheceu. Batemos um papo rápido e ela me avisou que ia correr como pacer do marido pelos últimos 21km da prova.

Ao chegar a Trilha Sentry de novo eu senti pela primeira vez um baixo astral, me senti fraco e sem forças pra continuar na subida. Pensei pra mim mesmo, "Nossa, tenho ainda mais 32km até a linha de chegada tenho que fazer aquela droga de subida novamente!". Foi aí que realmente começei a ter duvidas que eu ia conseguir completar a prova. Mas no fundo, dentro de mim, eu sabia muito bem que é sempre assim nessas corridas longas e que eu sempre "me sinto" que vai ser impossível terminar. Então continuei com a esperança de que logo minhas energias iam dar uma aumentada. Provávelmente eu estava sem combustível, eu estava muito bem hidratado mas nao tinha comido o suficiente pra recarregar as calorias perdidas que meus músculos e corpo tanto precisavam.

(Foto: Eu tentando me focalizar em qualquer coisa menos correr....rsrsrs)

Eu consegui fazer a subida Sentry de novo, demorou um pouco mais a segunda vez, mas em cima eu parei e sentei para comer um sanduiche (tipo americano com creme de amendoim e geleia) uma Coca e uns 4,5 minutos sem fazer mais nada. Foi tão bom! Tentei fazer uma massagem nas minhas pernas e daí enchi mais uma vez a minha garrafa de água e saí pra fazer a volta e descida pela última vez. Eu estava surpresa com como eu estava sentindo depois de comer. Acho que as capsulas de sódio que tomei e a comida me deu energia e esperança de novo.


Eu desci a montanha e cheguei na parada da Ranch Aid Station sem demora. Peguei mais batata cozida e bebi um copo de molho de sopa (mmmm). Pelas próximas 3 milhas (37 - 40) Eu fui com mais calma anticipando que depois de 40 milhas, ou 64km, eu ia começar a sentir fraco e cansado de novo. A minha surpresa foi que mais nenhum atleta me alcançou o resto do caminho da prova.


(Foto: Eu trocando de música no meu iPod Shuffle e pensando se aquele bufalo não vai me atacar....aaaahhhh)


Passando 64km eu vi meu pai e irmã mais nova dirigindo na estrada perto da trilha. Eu balançei meus braços e fiz sinal pra eles me verem. Me avisaram que meu Pacer (meu cunhado) não pude vir. "Ótimo!", Eu pensei, já que eu estava esperando ansiosamente pra ter uma proteçao humana do vento pelos últimos quilômetros. Tinha um vento meio forte vindo do norte que batia na cara quase o caminho todo na segunda metade da prova. Meu pai montou na bicicleta dele e ficou pedalando pra cima e pra baixo na estrada me sequindo para lugares diferentes onde a trilha cruzava com a estrada de asfalto. Ao chegar na última parada eu conversei um pouco com meu pai enquanto eu comi e tomei mais água. Depois ele me seguiu mais um pouco antes de continuar até a linha de chegada pra mim esperar. Pelos últimos 7km eu estava sózinho no caminho até que cheguei a cruzar a linha de chegada.

(Foto: Algumas fotos que meu pai tirou aproximadamente quilômetro 73)

Eu pude ver uma pessoa correndo não muito longe atrás depois de subir o último morro para atravessar para o outro lado da ilha. Eu começei a sentir muito bem então apressei o meu rítimo. O atleta atrás de mim, quem estava só um minuto atrás, acabou terminando a prova 7 minutos depois de mim. Eu fiquei completamente chocado quando eu cruzei a linha de chegada em menos de 9 horas (08:57:16). De 16km da chegada eu me lembro de ter pensado que eu pudia terminar em menos de 9 horas se tivesse pernas novas, mas que ia ser muito difícil superar e alcançar um tempo tão rápido na condição que eu já estava depois de 64km. Mas de alguma forma eu consegui e me deu sentimento de sucesso muito grande.

(Foto: Meu tempo oficial do sistema que usaram para a prova. Consegui manter um rítimo de 6:41 minutos por km)

Eu sai no décimo primeiro lugar na colocalçao geral e na divisão dos homens o décimo lugar. Brigitta Johnson completou a prova 33 minutos antes de mim e 40 minutos a frente da próxima mulher. Ela conseguiu primeiro lugar das mulheres de uma distançia de muitos quilômetros. Meu amigo Marc terminou no quarto lugar com um tempo impressionate de 08:04:19. Ele estava querendo muito conseguir terminar em menos de 8 horas, mas mesmo assim é um tempo incrível, até para 80km em estrada de asfalto, muito menos em trilha de chão com duas subidas de 350m numa montanha. Meu outro amigo, Davy Crockett, conseguiu terminar mais ou menos 20 minutos depois de mim no décimo terceiro lugar com um tempo de 09:16:52.

Pelas próximas duas horas eu só fiquei sentado numa cadeira orando para que eu conseguisse me levantar depois e dirigir para casa. OXEEEEEEEEE!!!
(Foto: Eu fazendo de conta que tava me sentindo bem...hehe)


(Foto: Eu me esforçando a focalizar tudo na trilha pra não cair com a minha cara no chão)




(Foto: Eu depois de 8 horas e 57 minutos e 80km de prova....me dê uma cadeira e um copo de água por favor)

Você pode ver os resultados aqui: http://209.90.122.252/runner/data/13593/961/result/Buffalo_Run.htm



Você pode ver mais fotos aqui:
http://lnp-photo.smugmug.com/2007%20Antelope%20Island%20Buffalo%20Run



Você pode ver outras fotos e ler o relato do meu amigo, Davy Crockett, em Inglês aqui: http://www.crockettclan.org/running/buffalo2007.html


Fique ligado pra mais loucuras...

Jarom

3 comments:

Wasatchspeedgoat said...

Hi Jarom,

Nice run at the Buffalo's, I remember seeing you ahead of me all day. I finally got it togather at the second climb and passed a lot of people the last 19 miles for a ok finish. Let's go for a run some time~

Scott Mason

Anonymous said...

o que eu estava procurando, obrigado

Anonymous said...

Il semble que vous soyez un expert dans ce domaine, vos remarques sont tres interessantes, merci.

- Daniel